Ponte Vasco da Gama 20 anos

A construção começou em fevereiro de 1995. Os preparativos para a construção da ponte demoraram 18 meses a estar concluídos e a edificação da ponte demorou outros 18 meses.

A fundação de cada par de pilares da ponte está assente em oito estacas cravadas, de 1,7 metro de diâmetro que atingem em alguns casos os 95 m de profundidade no leito do rio.

Bruxelas exigiu que o governo português definisse critérios de defesa do ecossistema do estuário do Tejo. Caso não cumprisse, o financiamento europeu podia estar em causa.

A recuperação das salinas do Samouco foi uma das preocupações durante o desenvolvimento do projeto. Parte da ponte atravessa 400 hectares das salinas, uma zona onde várias aves fazem ninhos.

Um estaleiro de pré-fabricação, localizado no Seixal, a 22 kms da Ponte, foi utilizado para a construção das peças de betão destinadas ao viaduto.

A base da ponte é constituída por 150 vigas, de 80 metros cada, colocadas lado a lado.

Para construir a Ponte Vasco da Gama foram produzidas 730 mil toneladas de betão.

O número de trabalhadores, de várias nacionalidades e especialidades, ascendeu aos 3.300.

Quatro empresas estiveram envolvidas na construção da ponte, dividida em quatro áreas. A Lusoponte, um consórcio de empresas portuguesas, inglesa e francesa, ganhou o concurso para a concessão do projeto, construção, financiamento e exploração da nova travessia.

As obras para a construção da ponte decorreram em simultâneo em diversas frentes em vez de uma ordem sequencial, o que permitiu a conclusão mais rápida do projeto.

O peso do aço em armaduras ascende a 100 mil toneladas.

As atividades nos solos dos terrenos ocupados pela nova ponte sobre o Tejo foram controladas desde 1993, para evitar manobras que tivessem impacto negativo no futuro da obra.

A entrada de trabalhadores para o empreendimento foi seguida pelas centrais sindicais em luta aberta contra o trabalho clandestino muito em uso, nomeadamente a contratação de trabalhadores imigrantes, sem garantias sociais.

A Lusoponte tinha preparado para a obra não só as melhores condições de segurança para os trabalhadores como também exigia a todos os subempreiteiros que os contratados, sem exceção, estivessem em condições legais.

No final de 1995, 2,5 quilómetros dos 6,5 totais do tabuleiro central estavam concluídos.

Os trabalhos no tabuleiro central estiveram parados durante dois meses, entre abril e junho de 1997, depois de ocorrer um acidente. Seis trabalhadores morreram, quando um carrinho de avanço tombou de uma altura de 49 metros para o rio.

O viaduto central eleva-se a quase 50 metros do rio Tejo para permitir a passagem de navios de médio porte. A Cala das Barcas e a Cala de Samora, com vãos de 130 metros, foram desenhadas para aguentar o impacto dos navios.

Para avançar com a construção da ponte, uma entidade privada conduziu um projeto de expropriações e realojamento. Cerca de 300 famílias foram realojadas.

A quase um mês da inauguração, ainda faltavam completar algumas operações para dar por concluídos os trabalhos na ponte.

A chuva complicou o final dos trabalhos, mas os responsáveis pela obra estavam confiantes que não iam acontecer atrasos.

Os separadores centrais foram colocados já na reta final das operações na nova ponte sobre o Tejo.

Com a ajuda de maquinaria foi possível de uma forma rápida a construção do separador central em betão.

A ponte tem uma esperança de vida de 120 anos, tendo sido projetada para suportar velocidades do vento de 250 km/h e resistir a um sismo 4,5 vezes mais forte ao Terramoto de Lisboa, em 1755.

A seguir ao túnel do Canal da Mancha, entre a França e a Inglaterra, a ponte que liga Sacavém ao Montijo é a maior travessia construída na Europa.

As primeiras tarifas para atravessar a Ponte Vasco da Gama eram de 320 escudos (1,60€) para veículos ligeiros. Em 2018, a portagem custa 2,80€.

A Ponte Vasco da Gama é considerada uma das maiores obras de engenharia civil do século XX e uma das maiores do mundo. Tem um comprimento de 17 kms, 12 deles passam por cima do rio Tejo.

A Ponte Vasco da Gama custou cerca de 900 milhões de euros, 30% do valor foi comparticipado por fundos comunitários e 6% resultante das portagens da Ponte 25 de Abril.

Estudos indicavam que pela Ponte Vasco da Gama iam passar diariamente 25 mil carros, atingindo os 132 mil no ano de 2020. Contas finais indicaram que, em média, a ponte foi usada por 37 mil veículos por dia em 1998, subindo aos 60 mil em 2008.

Antes da inauguração oficial, foi servida uma “mega-feijoada” no tabuleiro da ponte. A 22 de março, 15 mil pessoas sentaram-se numa mesa de mais de cinco quilómetros. PAULO CARRIÇO

A mesa de cinco quilómetros, onde foi servida a “mega-feijoada”, preparada pelo cozinheiro Michel, entrou para o Livro de Recordes do Guiness.PAULO CARRIÇO

A Ponte Vasco da Gama deu um novo dinamismo às terras do lado sul do rio. De acordo com o Censos 2011, entre 2001 e 2011, a população do Montijo cresceu 30,78% e a de Alcochete 35%. PAULO CARRIÇO / LUSA